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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

BROÍNHAS DE BATATA PARA O DIA DO BOLINHO

Dos Santos até ao Natal sem esquecer o S. Martinho.
É o período do ano que mais gosto ou não fosse eu um filho do outono.

O dia do Bolinho traz-me muitas e boas recordações.
Percorrer as ruas da vila, com amigos num feriado, pela manhã, com uma saca de pano a pedir "Pão por Deus", nunca se esquece.
Já aqui mencionei, noutros bolinhos deste dia (com batata doce, abóbora, farinha de milho...), que os vizinhos, conhecidos ou nem por isso nos davam essencialmente o que tinham de produção própria, frutos secos - nozes, castanhas, amêndoas - mas também, o bolinho, maçãs e um ou outro rebuçado e quando eram familiares, esperavam que os outros meninos dessem meia volta e acrescentavam aos nossos sacos... um chocolate e umas moedas :)
Hoje, por experiência própria, aqui em casa, os miúdos chegam à hora do almoço (para as contagens) com carregamentos de rebuçados, gomas, chocolates e apenas alguns bolinhos. Mudam-se os tempos...
De qualquer das formas nunca hesitei em incentivar os meus filhos a perpetuar esta tradição. Alguém (sábio) me disse um dia, a função de um pai é criar memórias nos seus filhos, não hesites em boas criar memórias aos teus.

Compreendo que comprar uns sacos de rebuçados e de gomas no supermercado é bastante mais simples do que fazer umas broínhas em casa, mas... não é a mesma coisa. Ao fazer-se o bolinho estamos a dar algo de nós. Estamos a pensar em quem o vai receber, como o vai receber e a alegria será tanta para quem recebe como (maior ainda) para quem dá! O espírito da solidariedade impera neste dia.
Para além disso, conseguimos trabalhar em equipa cá em casa, cada um faz o que mais gosta, há os que misturam porque adoram fazer nuvens de farinha, os que quebram as nozes porque adoram martelos e violência, os que partem os ovos porque simplesmente adoram partir coisas, os que amassam (eu) e os que... não fazem nada, mas vendo bem, muito faz quem não atrapalha :)

Antigamente, o dia do Bolinho, seria um dia em que as famílias mais pobres enviavam as crianças para pedir esmola e comida nas casas das famílias mais abastadas (e generosas). Era e é, o dia de Todos os Santos e neste dia todos queriam dar algo, talvez para se redimir dos pecados cometidos ao longo do ano, uma forma de penitência.
O tempo foi passando e hoje as crianças continuam de porta em porta, não pela necessidade mas pelas guloseimas e para terem desculpa de comer umas gomas ao longo das próximas semanas.
Aqui por casa é normal, nessa semana, os garotos levarem na mochilas muitos desses doces e partilhar na escola. Vendo bem, partilham e reduzem o consumo de açúcar.

As broínhas de hoje são macias e saborosas.
Os aromas da erva-doce e da canela são quentes e outonais. Podem ser adaptados aos gosto de cada um, eliminando ou acentuando um pouco mais, mas prefiro-os assim, mais subtis, para que agradem a todos. A quantidade e tipo de frutos secos também é um pouco ao gosto de cada um.

Bom dia do Bolinho!

Fiz assim...

BROÍNHAS DE BATATA PARA O DIA DO BOLINHO


INGREDIENTES
Rende 70 broínhas moldados com colher de sopa bem cheia
Massa:
2kg de farinha de trigo T65
1,5kg de batata descascada
1-1.2kg de açúcar
75g de fermento em pó (tipo royal)
150g de margarina
6 ovos
600-750ml de leite ou água
raspa de 1 limão
1 colher (sopa) de erva-doce moída
1/2 colher (sopa) de canela moída

Frutas:
250g de sultanas
250g de nozes partidas grosseiramente
250g de miolo de amêndoa com pele
3 colheres (sopa) de farinha de trigo T65

PREPARAÇÃO
Numa panela cozer as batatas em água e sal.
Escorrer a água e reduzir a puré (usei o pé especial para purés da varinha mágica) na própria panela.
Reservar até arrefecer.

No fim do puré de batata frio, misturar na panela os ovos batidos, a margarina derretida e 600ml de leite.

Num alguidar grande envolver a farinha, o açúcar, o fermento, a raspa de limão e as especiarias.

Combinar a mistura da batata no alguidar da farinha.
Mexer bem com a colher de pau.

Misturar as frutas secas com as colheres de farinha e juntar à massa.

Tender pequenas broas numa taça com farinha.
Dispor num tabuleiro e assar 30-40min., ou até estarem douradas, em forno pré-aquecido a 200ºC.

Retirar e deixar arrefecer sobre uma grelha.


NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- Não se quer uma massa demasiado mole por isso começar por juntar apenas os 600ml de leite e se for necessário juntar até aos 750ml. A quantidade de leite depende do tipo de batata que pode ter absorvido mais ou menos água ao cozer;
- Parte do leite pode ser substituído por vinho do porto;
- A quantidade de açúcar pode variar consoante o gosto de 1kg a 1,2kg;
- Pode ser usada erva-doce em grão fervendo o leite com uma "boneca" de pano contendo as sementes, para infusão;
- Outras frutas secas podem ser usadas como os tradicionais pinhões e/ou figos secos cortados;
- As broínhas podem ser congeladas inteiras ou partidas ao meio para serem descongeladas diretamente na torradeira.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

WAFFLES ESTALADIÇOS

Waffles, waffles... sabem sempre bem.
Há aqui no blogue receitas de waffles que dispensam coberturas, a massa já é suficientemente enriquecida com pepitas de chocolate, abóbora e coco, maçapão, cristais de açúcar, manteiga, ou mesmo de bacon e cebola, milho e tomilho...

Esta é uma receita de um waffles simples, na elaboração e no sabor, para se cobrirem com o que mais apetecer.
A massa é muito boa, pouco doce e... estaladiça.

Por vezes preparo a receita inteira, deixo-os mais claros, pouco estaladiços, para os poder congelar.
De manhã, ao pequeno-almoço, saem diretamente do congelador para a torradeira. Uma verdadeira perdição num dia de semana.

A receita é do blogue Sucrissime, onde a Bergamote partilha a receita de waffles da avó, que nunca lhe chegou a dar com pesos e medidas, uma vez que fazia tudo a olho. Esta é uma das suas recordações de infância.
Embora a minha avó nunca me tenha feito waffles, eu tenho recordações de infância com as talassas, como lhes chamava em português ou gaufres, o nome francês (o termo waffles era para mim desconhecido há mais de 25 anos atrás). Essas talassas eram feitas por mim, para o lanche, numa pequena prensa individual, ao bico do gás. Também eu (acho) não tenho a receita de infância (mas vou vasculhar recortes e ei-de encontrar alguma coisa).

Fica aqui esta receita bem prática, com pouco açúcar, pouca gordura e sem necessidade de claras em castelo. Só vantagens!
Desta vez cobri-os com sabores de outono: marmelada, maçã e canela e acrescentei a cada waffles uma colherada de natas ácidas (sourcream) que faz toda a diferença no sabor e textura.

Fiz assim...

WAFFLES ESTALADIÇOS


INGREDIENTES
Rende 15 waffles:
500g de farinha de trigo
500ml de água
250ml de leite
3 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de fermento em pó
3 ovos
3 colheres (sopa) de óleo
pitada de sal

(conversão para 2/3 da receita)
Rende 10 waffles:

330g de farinha de trigo
330ml de água
165ml de leite
2 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (chá) de fermento em pó
2 ovos
2 colheres (sopa) de óleo
pitada de sal

PREPARAÇÃO
Colocar todos os ingredientes numa taça ou copo medidor largo e bater com a varinha mágica até a massa estar homogénea.

Aquecer a máquina de waffles.

Untar muito bem as placas com manteiga ou pulverizar com desmoldante.

Colocar a massa nas placas, enchendo até ao nível.
Se a máquina de waffles usada for giratória, rodar.
Deixar cozinhar na temperatura máxima, até estarem dourados mas secos.

Retirar e deixar arrefecer sobre uma grelha.
Repetir o procedimento até terminar a massa.


NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- Os waffles que forem destinados a serem congelados, deixá-los ligeiramente mais claros, pois tostaram um pouco na torradeira quando retidos do congelador; - Como a receita é pobre em gordura é necessário untar bem as placas da máquina de waffles para que desenforme sem dificuldade.