domingo, 28 de julho de 2013

RISOTTO DE CURGETE E SEITAN

Risotto para todos os efeitos é arroz, mas pelo método de preparação resulta sempre em algo reconfortante.
Resulta num arroz que embora não seja caldoso também não é seco. Os bagos de arroz encontram-se envolvidos no próprio caldo, sem este se desprender do arroz como no nosso tradicional "malandrinho".

Faço outros risottos que também ficam muito saborosos, mas este sem carne ou peixe ficou delicioso. A curgete e mesmo o seitan (que já vem temperado com molho de soja), não têm nenhum aroma em especial, por isso aderem aos sabores introduzidos. O caldo a usar é importante que seja de qualidade ou que se goste do sabor.
O seitan fica com uma textura muito parecida a cogumelos que sejam carnudos.

Embora este prato não seja totalmente vegetariano, pelo uso de queijo, quem quiser pode substituir os queijos usados por alternativas vegan.

Para preparar risotto há que ter em mente algumas regras, que já inclui no Risotto de Camarão, mas que passo a transcrever: "O arroz terá que ser tipo arbóreo, carnaroli, vialone nano ou outro para risotto, deverá ser frito com a gordura inicial, o vinho é usado logo como o 1.º líquido para que o álcool evapore, o caldo/água a ser usado é colocado aos poucos até ser absorvido pelo arroz para que este fique cremoso, o queijo parmesão ralado e a manteiga ficam para o fim e antes os comensais esperarem pelo risotto que o risotto espere para ser servido.". Acrescento desta vez, que o fato de se ir mexendo o arroz faz com que a sua goma se vá largando contribuindo em parte para a suavidade do caldo. Juntar o caldo de uma só vez não tem o mesmo resultado, é importante que o arroz seque, sempre em lume médio, e seja refrescado com o caldo e mexido.

Embora parecido o arroz carolino não trará o mesmo efeito que o arroz para risotto. Este último formará caldo espesso sem abrir como o carolino, o bago continua íntegro.

Já sabemos que pratos de arroz feitos no tacho não podem esperar, pois ou o caldo seca ou o arroz abre demasiado. O risotto também só é acabado assim que estiverem todos na mesa e à espera deste.

Fiz assim...

RISOTTO DE CURGETE E SEITAN


INGREDIENTES
(para 4 pessoas)
1 cebola pequena
1 fio de azeite
1 colher (sopa) de manteiga
250g de arroz para risotto (arbóreo, carnaroli, vialone nano...)
100ml de vinho branco seco (martini por exemplo)
1l de caldo de legumes
250g de seitan
1 curgete média
1 pitada de pimenta preta moída
1 colher (sopa) de manteiga
30g de queijo parmesão ralado
30g de queijo da ilha ralado
15g de queijo roquefort

PREPARAÇÃO
Num tacho colocar a cebola picada finamente e o azeite. Assim que começar a fritar reduzir o lume e acrescentar a manteiga e cozinhar a lentamente sem dourar a cebola.

Juntar o arroz, não lavado, e fritar em lume médio, na gordura da cebola. Envolver bem.

Refrescar com o vinho branco e mexer.
Quando secar um pouco acrescentar um pouco de caldo de legumes. Mexer.
Repetir o procedimento.

Acrescentar o seitan cortado em cubos pequeno e a curgete. Envolver e acrescentar mais caldo.
Como a curgete irá libertar sumo o arroz irá demorar um pouco mais a secar.

Acrescentar um pouco de caldo de legumes. Mexer.
Repetir o procedimento até terminar o caldo e o arroz estiver no ponto.
Temperar com pimenta.
Verificar se o arroz está caldoso e retirar do lume.
Acrescentar a manteiga e os queijos.
Mexer rapidamente e servir.


NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- Ralei a curgete com casca para sobressair alguma cor verde no arroz;
- Introduzi um pouco de queijo roquefort apenas para salientar o aroma dos queijos sem o deixar sobrepor aos restantes aromas;
- É importante que quando o arroz estiver pronto, antes de juntar o queijos e a manteiga, exista caldo, pois os queijos irão secar um pouco o arroz. Se já não tiver caldo, junte um pouco de água quente antes dos queijos;
- Dependendo do caldo e queijos usados é preferível só juntar sal, se necessário, no fim.

domingo, 14 de julho de 2013

GOMAS LIGHT (COM GELATINA E PECTINA)

Algo para fazer com os garotos, para os garotos... e não só.
Sabem bem em qualquer altura, agora que o calor aperta melhor ainda.
Pode ser uma sugestão para levar para a praia ou como foi o caso, para competições desportivas.

São gomas light embora levem açúcar, pois comparadas com as de compra, são muito menos doces. Para além disso, também eliminei o açúcar que geralmente as envolve.

A textura não fica exatamente igual à das gomas, ficam secas, resistentes ao dente, mas não têm a mesma elasticidade das gomas convencionais.

O sabor a fazer é o da gelatina que se quiser usar e é grande a diversidade desde os sabores clássicos: morango, ananás, pêssego e tutti-fruti às mais recentes: laranja, limão, cola, frutos exóticos, maracujá, melão, manga, maçã, framboesa, melancia...
Embora seja fã da gelatina de framboesa, optei pelos sabores de melancia e de ananás.

Fiz assim...

GOMAS LIGHT (COM GELATINA E PECTINA)


INGREDIENTES
200ml de água
7 folhas de gelatina incolor ou 10g de gelatina em pó neutra + 1 folha gelatina incolor
1 saqueta de gelatina em pó do sabor pretendido
30g de açúcar
1 saqueta de pectina em pó (30g de pectigel)

PREPARAÇÃO
Num pequeno tacho colocar a água e as folhas de gelatina para demolhar.
Adicionar os restantes ingrediente e levar ao lume 5min., mexendo mas sem fazer espuma.

Colocar em forminhas de plástico resistente ao calor ou de silicone, em couvetes de gelo ou num pirex largo.

Levar ao frigorífico e passadas 4h já se podem desenformar.

Se quiser, passe por açúcar granulado.

Rende 30 gomas médias-grandes.


NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- Na bimby colocar a água e as folhas de gelatina cortadas com a tesoura. Deixar demolhar 2min., em repouso. Acrescentar os restantes ingredientes e 5min/100º/vel 2. Colocar nas forminhas;
- Se fizer num pirex pode cortar as gomas em cubos, antes de desenformar;
- Embora se aguentem cá fora, gosto de as ter no frigorífico para que fiquem bem frescas;
- Não experimentei, mas fica a sugestão de usar agar-agar em vez da gelatina neutra e pectigel e frutose em vez de açúcar.

terça-feira, 9 de julho de 2013

SALTEADO DE SALSICHAS FRESCAS COM UVAS

De inspiração num prato italiano Salsicce all'uva onde as salsichas são cozidas e depois acabam de ser cozinhas no forno e geralmente são acompanhado de puré de batata, surge esta versão de prato completo onde não faltam as batatas, mas numa versão salteada e mais fresca.

Uma refeição com sabor e cor de verão!

Elevam-se as salsichas frescas a um patamar merecido. Muitas vezes as salsichas frescas são tidas como alimento de baixa qualidade, não digo que algumas não sejam, até porque acabam por conter um teor de gordura elevado, pois as carnes gordas usadas são mais baratas.
Mas ainda se encontram salsichas frescas de boa qualidade. Aliás, podem ser feitas em casa, combinando carnes picadas de porco ou aves, controlando a proporção de gordura e sal usados e acrescentando ervas ou especiarias para um sabor e aroma que não deixe dívidas à qualidade.

Como aqui em casa há um apaixonado por salsichas frescas, sempre que estas surgem à mesa, a refeição até pode ter vegetais a acompanhar ou um tempero diferente, que são sempre bem-vindas.

Geralmente uso uvas pequenas e brancas, de preferência sem ou com poucas grainhas - elejo as moscatel, mas quando não tenho estas uso qualquer outra, misturando brancas com vermelhas.

O contraste de sabores e texturas é muito bom, o adocicado das uvas, o alecrim que combina bem com carnes de porco e em especial com alguma gordura, a batata que adquire todo o sabor e a frescura do pimento... tudo envolvido num molho espesso obtido com a gordura das salsichas, do vinho e do amido da batata que se vai soltando.

Fiz assim...

SALTEADO DE SALSICHAS FRESCAS COM UVAS


INGREDIENTES
(para 4 pessoas)
6 salsichas frescas
1 fio de azeite
1 haste de alecrim
piri-piri (opcional)
batatas novas pequenas
1 cálice de vinho tinto (chianti, se tiver)
pimento vermelho
tomate cherry e coração de boi
sal
pimenta

salsa ou coentros frescos picados

PREPARAÇÃO
Separar as salsichas umas das outras e com o dedos polegar e indicador apertar a 3-4cm do fim da salsicha e puxar. Obter-se-ão pequenas almôndegas de salsicha, eliminando a tripa da salsicha.
Cozer as batatas em água e sal, com ou sem casca.
Escorrer a água das batatas, retirar a pele se for o caso, e reservar.

Aquecer bem uma frigideira antiaderente de fundo espesso.

Colocar as salsichas na frigideira quente. Deixar cozinhar 1 min, em lume alto, sem as virar. Abanar a frigideira para as rolar. Deixar soltar a gordura da carne.
Quando douradas acrescentar o fio de azeite, as folhas de alecrim picadas e o piri-piri picado, se for o caso.
Acrescentar as batatas e saltear na gordura.
Refrescar com o vinho e agitar a frigideira para ir dourando as batatas e envolver no molho que se forma.
Juntar os pimentos cortados em cubos.
Desligar o lume e juntar os tomates cortados em cubos.
Temperar de sal e pimenta.

Servir de imediato salpicando com as ervas frescas picadas.


NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- As salsichas frescas que uso são mesmo frescas, não condimentadas, compridas, unidas umas às outras, compradas na secção de talho. As salsichas estilo brasileiras, mais curtas e largas têm uma consistência diferente não sendo as ideias para esta sugestão;
- É conveniente que as salsichas cozinhem de um lado, na frigideira quente, antes de serem viradas, para que ganhem corpo e que não se desfaçam. Não é necessário mexê-las com uma colher de pau, basta apenas ir agitando a frigideira;
- Gosto de usar mais do que um tipo de tomate, maduro mas firme. Os cherry e os de cacho dão aroma e cor e os coração de boi, carnudos são sabor. De qualquer das formas os tomates são para acrescentar no fim, para não cozinharem pois a polpa amolece e irá sobressair a pele que ficará mais rija e desagradável.