segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

MALASSADAS

Estamos no carnaval e como o frio e a chuva ainda espreitam, apetecem mesmo umas Malassadas e uma chávena de lúcia-lima ;)
As Malassadas são típicas da ilha de S. Miguel, Açores.
São fritos doces, rústicos mas muito saborosos.
Ótimos para um lanche, acompanham um queijo fresco ou carnes frias, em substituição de pão.

A massa faz-se num instante (e até pode ficar à espera no frigorífico se for preciso) e a fritura também é rápida.
O difícil mesmo é comer uma só.
Gosto delas no dia em que são feitas, o aroma da massa fermentada traduz em pleno o que me faz gostar de massas lêvedas.
Se houver sobras, guardadas em caixa fechada são boas no dia seguinte, o açúcar da cobertura amolecerá e a massa ficará mais húmida.

A massa é em tudo parecida com os Bolos lêvedos açorianos, apenas em vez de serem assados numa placa quente são fritos. Quem é fã de Bolos lêvedos vai gostar de Malassadas. A receita que usei é a do capítulo Madeira e Açores do livro Na rota das Descobertas. Na Cozinha Tradicional Portuguesa da Maria de Lurdes Modesto a massa não inclui manteiga e substitui-se o leite, quase na sua totalidade, por sumo de laranja. Já experimentei as duas versões e o aroma da laranja acaba por não se destacar.

Bom Carnaval! E como se diz, no carnaval ninguém leva a mal...assadas :)

Fiz assim...

MALASSADAS


INGREDIENTES

Versão 1 - Rota das Descobertas:

Massa fermentada:
30g de fermento biológico fresco ou 1,5 colher (chá) de fermento biológico seco
35g de açúcar
40g de água
50g de farinha de trigo T65

Massa:
500g de farinha de trigo T65
50g de leite
35g de manteiga à temperatura ambiente
50g de açúcar
20g de aguardente
4 ovos
pitada de sal

azeite ou óleo para fritar
açúcar para polvilhar ou açúcar e canela

PREPARAÇÃO
Numa taça pequena colocar os ingredientes da massa fermentada.
Mexer e deixar em repouso por 30min..

Numa taça grande colocar os ovos e bater com a vara de arames.
Acrescentar o açúcar, o leite, a aguardente, o sal e a manteiga e bater com a vara de arames.
Juntar a farinha e amassar com a colher de pau.

Tapar a taça com um pano ou colocar dentro de uma saco plástico e deixar levedar cerca de 2h.

Aquecer o azeite ou óleo.
Com as mãos molhadas retirar pequenas porções de massa e esticar com os dedos para formar um círculo fino no centro.
Colocar para fritar.
Assim que ganharem cor, virar com a ajuda de uma pinça e fritar do outro lado.
Escorrer rapidamente sobre papel de cozinha.
Passar por açúcar.

No robot de cozinha:
Colocar no copo o fermento, o açúcar e a água. Programar 10s/vel.3.
Acrescentar a farinha e programar 10s/vel.3.
Baixar com a espátula o que ficar nos lados do copo e programar 10s/vel.3.
Deixar repousar 30min.
Acrescentar o leite, a manteiga, o açúcar, a aguardente, os ovos e o sal e programar 10s/vel.5.
Acrescentar a farinha e programar 2min/vel. espiga.
Retirar a massa para uma taça, tapar e deixar levedar cerca de 2h.


De outras frituras...

NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- Pode aromatizar a massa com raspa de limão ou fazendo uma infusão com a água e casca de limão. Deixar arrefecer antes de juntar a água ao fermento;
- O normal é polvilhar apenas com açúcar, mas nesta última foto usei mistura de açúcar e canela.

7 comentários:

  1. É daqueles doces que é transversal a todas as ilhas! A minha mãe fá-las maravilhosamente bem! Amanhã também vou fazer! beijinhos

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    1. E há grandes diferenças desta receita para as receitas locais? É sempre bom ter o conhecimento das raízes das receitas, para as reproduzir o mais fiel possível. Nunca provei as malassadas nos Açores, apenas os Bolos lêvedos.

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  2. Não existem muitas diferenças, apenas pequenos pormenores como a quantidade dos ingredientes (mais açúcar, menos açúcar). Há quem usa banha na massa, há também quem usa banha na fritura. A minha mãe por exemplo, junta limão e erva doce em grão que, a meu ver, lhes dá um sabor absolutamente delicioso! Há quem só junta limão, há quem só junta erva doce, há quem junta laranja e há quem não junta nada! Depois há a instantâneas que são como estas que fizeste, ou seja, amassa-se, leveda-se e frita-se tirando diretamente da taça. Depois há as lêvedas que se amassam, levedam na tigela, depois forma-se bolas e coloca-se sobre um pano a levedar novamente e depois então é que se fritam. As nossas malassadas são muito parecidas com as filhoses das Beiras. E há também as filhoses secas, mas essas já fogem à tradicional malassada. É uma massa ligeiramente diferente, ao fritar parecem donuts e não levam esse açúcar por fora. Também são deliciosas! Ah, não esquecendo as recheadas que são feitas no forno e depois levam um recheio de limão! Completamente diferentes em todos os aspectos mas deliciosas (já as publiquei aqui: http://cozinha100segredos.blogspot.pt/2016/01/filhos-de-forno.html?m=1 )!
    Há para todos os gostos! Beijinhos

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    1. Esqueci-me de dizer que na ilha Terceira há ainda umas outras filhoses que ficam entre as malassadas e as filhoses tipo donut que falei em cima, e que se chamam donetes! Deliciosas também! E se calhar até há mais que não conheço! Beijinhos

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  3. Já estive nos Açores(Ponta Delgada)e comi muitas coisas típicas deliciosas: queijadas de Vila Franca, lapas, ananas, licor de maracujá, bife de tubarão, bife de vaca, nem falo do queijo que é maravilhoso e os tão conhecidos bolos levedos, mas malassadas não comi! Tenho a certeza que vou gostar...

    bjs
    CP

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  4. Pode guardar a massa que sobra? Qual a maneira de guardar a massa por uns dias? Obrigado.

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    1. Humberto, esta massa em particular eu nunca guardei para depois acabar a preparação, mas guardo massa de pão ou de outras filhoses, no frigorífico, por 2-3 dias (a de pão às vezes mais de 1 semana) numa caixa plástica tapada. Depois retiro 30 minutos e procedo como normalmente.

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