segunda-feira, 12 de maio de 2008

PRÉMIOS, DISTINÇÕES E NOMEAÇÕES

Estamos sempre nervosos e contentes quando é a nossa primeira vez.
A minha foi ontem. Foi ontem que recebi pela primeira vez uma nomeação bloguesca.

A madrinha foi a simpática Nani do, não menos simpático, blog açoriano Manjar de ideias doces... e não só!, a visitar.

Agradeço a escolha.

Agora eu estou encarregue de fazer as minhas 10 nomeações.
É difícil fazer uma escolha de 10 blogs de culinária, entre tantos e tão bons. Vou escolher os meus, de entre aqueles que, por terem sido os primeiros blogs com que tive contacto, fui seguindo desde o início, mesmo que não os tenha comentado.

Os nomeados por mim deverão seguir as regras seguintes:

REGRAS:
copiar o selo de cima, daqui no blog
nomear 10 blogs amigos
visitar cada um deles avisando da nomeação.

E OS MEUS NOMEADOS SÃO: (a ordem é arbitrária)

Delishville
Cozinha Turca
From our Home to Yours

domingo, 11 de maio de 2008

MFP - DICAS 3 - GENERALIDADES SOBRE FERMENTOS

FERMENTOS
- Há pão sem fermento mas esses são especiais, não crescem, o normal, o nosso tradicional tem fermento.

- Os fermentos podem ser biológicos ou químicos.

- Os fermentos biológicos podem ser frescos (o fermento padeiro) ou secos, e estes podem ser granulados (Fermipan, Ramazotti, Vahiné - não gosto deste!...) ou mais finos, os superactivos ou instantanêos.
- O fresco deve ser dissolvido, previamente, em água - morna de preferência - antes de juntar à farinha, por isso é indicado para a MFP apenas quando não programámos a máquina.
- Os secos são adicionados à farinha sem precisar de dissolução prévia. São por isso muito utilizados na MFP quando se programa para esta começar algumas horas depois, ou não.
- O superactivo é mais concentrado, é necessário em menor quantidade de fermento.

- Os fermentos biológicos, quer fresco ou seco, são constituídos por leveduras (fungos microscópicos, do grupo dos cogumelos e bolores, sem os serem), são por isso entidades vivas. Como tal, têm um limite de condições de sobrevivência, reproduzem-se entre os 35-37ºC, por isso não podemos usar água quente para o dissolver, se não as leveduras morrem. As leveduras gostam deste ambiente quente, assim, colocamos as massas a levedar em locais quentes, ou com uma manta por cima, sem correntes de ar.
As leveduras usam a glicose (açúcar) que é produzida a partir do amido da farinha, para obterem energia. Isto é, consomem glicose e produzem energia para a sua reprodução, bem como etanol (álcool etílico) e CO2 ou em condições arejadas (com oxigénio - este processo é desiganado por respiração aeróbia ao invés de fermentação), apenas CO2 (nestas condições a taxa de reprodução é bastante superior). Em qualquer dos casos parte da energia da glicose é desperdiçada em calor, o que aquece a massa.



- Uma massa leveda em resultado deste processo de fermentação (ou respiração) porque é produzido o gás CO2 que fica retido na massa, se a farinha usada contiver glúten - ver Dicas 2, o que torna a massa elástica e não quebradiça. Se o fermento for químico, também se forma CO2, da reacção dos seus ingredientes com a água que a massa leva. Se a massa for amassada depois de levedada, o CO2 é libertado e a massa abate. É necessário deixar levedar novamente a massa depois de tender os pães. A massa depois de assada não abate e apresenta poros (formados pelo CO2) porque o glúten é uma proteína que distende ao levedar e depois de cozida não encolhe.

- Não há que preocupar, depois da massa levedada e cozida, ninguém fica embriagado pelo álcool, este evapora no cozimento e as leveduras morrem (coitadas!).

- É fácil de perceber que se uma massa levar algum açúcar, esta leveda mais e mais depressa, pois existe glicose disponível desde o início (não é necessário estar à espera que o amido se quebre em glicoses).
- O sal, por outro lado, faz diminuir a fermentação.

- Quando se faz pão, há diferentes factores que afectam o processo de levedar: quantidade de fermento, quantidade de açúcar, quantidade de sal, quantidade de glúten da farinha usada, temperatura em que a massa é colocada e quantidade de água.
- Na MFP depois de amassar não se deve abrir a tampa para que se mantenha a temperatura e humidade no interior e a massa levede e asse sem contratempos.

- Se a massa levedou bem e até bateu no vidro da tampa e depois de cozer o pão abateu e fica com uma cratera no centro, provavelmente a massa tinha: água a mais (deveria ter sido corrigido quando esta estava a amassar - ver Dicas 2), fermento a mais (provavelmente o pão saberá a fermento, para a próxima reduz-se a quantidade), açúcar a mais (reduzir a quantidade), sal a menos (aumentar o sal ou diminuir o fermento), abriu-se a tampa da MFP e a temperatura baixou.
Se nenhum destas soluções serve, então muda-se de marca de farinha, provavelmente é pobre em glúten, e se é, pode-se sempre acrescentar à farinha uma colher (sopa) de glúten.

- O clima e o tempo influencia a fermentação.

- Quando me iniciei na MFP usava sempre o fermento biológico seco. Depois comecei a usar o fresco, gosto mais, é mais barato (300% mais barato que o seco), o pão fica diferente e para além disso gosto do cheiro do fermento padeiro e de o desfazer com os dedos para dentro de água.


- O fermento padeiro conserva-se no frigorífico durante 1 semana, num saco, na porta. Pode-se congelar durante meses. Compro 0.5kg de fermento de cada vez (foto anterior), coloco-o num saco plástico, parto-o em 5-6 bocados grandes e congelo. Uma vez por semana retiro um desses cubos e fica no frigorífico para ser gasto durante a semana.

- 11g de fermento biológico seco (1 saqueta) equivale a 40g do fermento fresco. Geralmente para uma receita que leve 600g de farinhas e peça 1 e 1/2 de fermento seco, uso a equivalência de 15-20g de fermento fresco.

- O fermento químico pode ser usado em conjunto com o padeiro, poe exemplo, no programa ultra-rápido. É fundamental nas receitas de bolos, no programa de bolos.

DOCE DE ANANÁS NA MFP

O ananás (chamo-lhe ananás mas sei que é abacaxi) está muitas vezes, no supermercado, mais barato que as maçãs, as pêras ou outra fruta. Antes era uma fruta apenas comida no Natal, hoje é fruta do dia-a-dia.
Para aproveitar o ananás ao preço da chuva, comprei 2 ou 3. Um foi logo comido, e os outros foram para o frigorífico para retardar o amadurecimento. Passados 15 dias, voltou novamente a estar em promoção, e o que estava do frigorífico já estava muito maduro. O que fazer com ele? Doce de ananás na MFP. Como é rápido, ao lanche já havia doce (ver também Doce de Morango na MFP).


INGREDIENTES
1 ananás pequeno
2 colheres (sopa) de sumo de limão
1 colher (sopa) de extracto de baunilha (se for essência, usar apenas umas gotas)
açúcar

PREPARAÇÃO
Descascar e cortar finamente o ananás. Colocar na forma da máquina e adicionar o sumo de limão, a baunilha e o açúcar suficiente (depende se o ananás é doce ou não).
Iniciar o ciclo de "geleia". A meio do ciclo ver se se formou muito caldo. Se sim, retirar com uma concha, o suficiente (reserva-se).
Coloca-se ainda quente em frascos esterilizados.

NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- O ananás pode produzir muito caldo ou não;
- Pode-se não retirar o caldo formado e no fim, se o doce ficou muito "aguado" adiciona-se pectina ou agar-agar para o gelificar;
- Não se elimina o caldo tirado, porque no fim pode ser preciso rectificar;
- Costumo usar açúcar baunilhado (uma vagem de baunilha aberta ao meio, dentro de um frasco com açúcar branco), desta vez foi extracto de baunilha, mas pode ser outro aroma, como canela (pau), cravinho... eu gosto com baunilha.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

FEBRAS RÁPIDAS COM NATAS

É muito bom abrir o frigorífico, olhar para o que temos e imaginar uma combinação entre os ingredientes que temos. Há dias que olhamos e olhamos, voltamos a olhar e nada, temos diversidade e não surge ideia para nada, e outros dias ainda o tempo é tão curto que é preciso fazer qualquer coisa para despachar (sem contar com as refeições em que não apetece fazer nada, lol).

Para um desses dias uma simples febra é a receita ideal. Fica uma sugestão de utilização, novamente (tenho de vender o meu peixe, certo?) da Massa de Tempero que pode estar sempre na porta do frigorífico.
Basta descongelar no microondas a bem dita febra e o resto é fácil.
Acompanhada com arroz que temos no frigorífico, massa, cuscus ou mesmo no pão (onde sabem melhor) é um prato rápido com muito aroma.


INGREDIENTES
Febras
Azeite (se a frigideira não for anti-aderente)
Massa de Tempero
Natas

PREPARAÇÃO
Aquece-se bem a frigideira. Quando quente, se a frigideira não for anti-aderente, coloca-se um fio de azeite, se for, coloca-se apenas a carne. Antes de a virar barra-se com um pouco da massa de tempero, mexe-se a febra na frigideira para espalhar o molho. Quando frita dos dois lados acrescenta-se as natas, deixa-se ferver um pouco e já está.

NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- Pode-se colocar cogumelos, laminados ou não, antes das natas e fritam-se um pouco no tempero;
- O arroz branco (este era basmati) já estava feito no frigorífico e apenas lhe mudei a cara, cortando um pouco de fiambre e um ovo mexido (feito em 60 segundos no microondas - fica para outra mensagem) ganhando aspecto de arroz chau-chau - faltavam as ervilhas, pode ser simplesmente aquecido no microondas com uma colher de sopa de manteiga, ou como a carne já tem molho, basta este por cima do arroz.

MFP - DICAS 2 - GENERALIDADES SOBRE FARINHAS

FARINHAS
- A farinha é o ingrediente principal de um pão, por isso a escolha da farinha é muito importante.
- As farinhas ideais são as farinhas sem fermento.
- Se provierem de um moinho tradicional a diferença na qualidade é abismal.

- Quanto mais grossa a moagem melhor. Elas são classificadas pela semente ou fruto que lhe dá origem e pela grau de moagem/peneiração. Quanto maior o número da farinha mais grossa ela é, mais componentes da semente ela tem. A farinha T55 (tipo 55) é boa para pão, mas a T65 é melhor pois é mais grosseira.

- O normal é encontrarmos à venda sacos de 0.5kg, 1kg ou 5kg.

- O trigo é o cereal mais usado no fabrico de pães.
- A semente de trigo origina 3 utilizações: farelo (tegumento da semente - 13% do grão); gérmen (embrião da semente - 2% do grão) e a farinha branca (endosperma da semente - 85% do grão, com proteínas e amido). Pode-se comprar farelo de trigo ou de outro, gérmen de trigo e a farinha propriamente dita.

- Há farinhas pobres ou mesmo sem glúten. A farinha de trigo é a mais completa, pois possui muito glúten que permite a elasticidade da massa na fermentação (pois a rede que estas proteínas - glutanina e gliadina - constituintes do glúten, formam, retém o CO2 libertado pelas leveduras) e que não abata durante a cozedura, mas outras farinhas podem ser usadas. O ideal é uma mistura entre elas.

- O glúten desenvolve-se com o amassar. Esta fase é importante.
- Se a farinha não tem glúten, como as integrais ou a de milho, o pão não cresce e esfarela. Convém acrescentar uma colher (sopa) ou mais, depende da farinha usada, de glúten de trigo (vende-se nas ervanárias ou dietéticas - com este glúten faz-se também o famoso tofu).

- A farinha simples não tem o farelo, este existe em separado ou nas farinhas integrais, que como o próprio nome indica, são moídas na íntegra, incluindo por isso o farelo.


TIPOS DE FARINHAS E DERIVADOS A USAR NO PÃO
- Farinha de trigo T55 (super-fina), T65 (fina), T80/T110 (semi-integral), T150 (integral)
- Farinha de trigo espelta
- Farinha de trigo sarraceno
- Farinha de milho branco ou amarelo
- Farinha de centeio T70
- Farinha de aveia
- Farinha de alfarroba
- Farinha de soja
- Farinha de arroz
- Farinha de grão
- Farinha de cevada
- Sémolas de trigo, milho branco ou amarelo...
- Farelos de trigo, aveia...
- Flocos de aveia, trigo, centeio, arroz...
- Glúten de trigo
- Malte
- Levedura de cerveja

- Convém que a mistura elaborada tenha glúten suficiente, isso só saberemos com a experiência. Quando se usa o trigo como metade das farinhas, tudo bem, quando o trigo está em minoria então acrescenta-se um pouco (1-2 colheres de glúten de trigo).

- Existem misturas de farinhas já com fermento, sal e outros, empacotadas e à venda. Os pães saem bem. Pode ser sempre um recurso, mas a ideia de fazer pão em casa é criarmos nós próprios a mistura ideal. Nestas misturas, como as do Lidl (gosto muito da de girassol, multicereais e integral, as outras nem por isso), misturo metade do pacote, 500g, com 200g de farinha de trigo, a água acrescento proporcionalmente.

- A mistura de 20% de sémola de trigo ou milho com 80% de farinha de trigo resulta numa massa mais aberta. Há que experimentar esta combinação para depois se dizer que se gosta mais ou menos.

IMPORTANTE!
- Enquanto a MFP amassa pode-se ter a tampa aberta e ver todo o processo. O ideal é a massa formar uma bola que não cole nas paredes da forma (ver foto da Dica 1). Se for necessário polvilha-se a massa com uma colher (sopa) de farinha ou mais, ou adiciona-se uma colher (sobremesa) de água. Com uma espátula plástica ou de silicone pode-se limpar os cantos da forma, facilitando o processo de amassar. Gosto de tocar na massa com os dedos e ver se ela agarra, se agarrar adiciono farinha. A massa também não deve ficar muito seca. A experiência vai ajudar. Muitas vezes, depois do primeiro amassar, para fazer o gosto ao dedo e ao nariz, tiro a massa para a pedra e amasso um pouco à mão.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

MFP - DICAS 1 - GENERALIDADES SOBRE A MFP

Fazer pão em casa tornou-se hoje uma tarefa rotineira, tal como se fritam batatas também se faz pão na MFP.

Não se engane ninguém, os pães da MFP não ficam iguais aos comprados na padaria. Primeiro o formato, se for assado na forma da máquina fica rectangular e depois a textura e sabor. As farinhas usadas nas panificadoras são diferentes, são acrescentados melhoradores, de sabor, textura, maciez... gorduras, etc., etc.. A MFP faz pães diferentes, não há nenhum em continuar a comprar pão na padaria, ocasiões diferentes pedem pães diferentes. A vantagem da MFP é podermos fazer o pão em casa, sempre que quisermos e com aquilo que quisermos. Sabemos o que levou, e acima de tudo que foi feito por nós (mesmo que não sai maravilhoso), e isso tem preço?


A MFP - Máquina de Fazer Pão

As MFP podem ser muito diferentes no seu design externo, mas o interior parece clonado e mesmo que sejam diferentes, o funcionamento é igual e os programas também.

Quando se começa com este novo hobbie os primeiros pães são um tijolo que só apetece atirar pela janela (coitado daquele que for a passar). Depois passa a novidade e deixa-se de fazer pão. Mas depressa nos apercebemos que o que nos apetece mesmo é fazer pão em casa. Seja pelo simples acto de o fazer, ou ver fazer, misturar, cheirar, vê-lo cozer ou saboreá-lo, acaba por se tornar rotina. Hoje a MFP é um electrodoméstico tão usado e versátil como o jarro eléctrico para a água quente ou o microondas, já ninguém passa sem eles. No início é estranho depois entranha-se.

Quando comecei a fazer pão em casa, ainda não se falava muito nisso, hoje estamos em pleno boom da MFP. O manual de instruções da minha máquina é horrível as sugestões de receitas são pavorosas, por isso os primeiros pães foram um Deus nos ajude. Não quer dizer que hoje saiam todos muito bem, se mantiver a receita sim, mas quem é que quer MFP para fazer sempre o mesmo pão, e mesmo que isso fosse possível, acabaríamos por reinventar a receita habitué.

Para quem começa nestas lides panificadoras há que ter em atenção alguns aspectos. As dicas que aqui deixarei serão pontos de partida para um novo conhecimento, serão aprofundadas pela experiência e gosto de cada um.


Programas da MFP

A MFP possui vários programas, que convém que sejam experimentados com a mesma massa, para se ver a diferença final.
Nalguns programas pode-se regular: a cor da côdea (clara, média e escura) e a quantidade de massa (pães pequenos ou grandes).

- programas "rápido" e "ultrarápido" servem para fazer pães que levam fermentos químicos (tipo royal, bicarbonato de sódio, cremor tártaro...), já que não levedam a massa.

- programa "sandes", que eu uso muito, é semelhante ao normal mas deixa a côdea mais fina (tipo pão de forma de compra).

- programa de "pão francês" ou "pão branco" deixa a crosta mais estaladiça. Para obter pão mais semelhante ao francês - como as baguetes / cacete, é preferível amassar e levedar na máquina e assar no forno bem quente, pulverizando o forno com água.

- programa "amassar" ou "massa" ou "dough" é muito útil, podemos fazer a mistura de qualquer massa, de pizza, focaccia, bôla... ou de pão, ou de outra coisa qualquer que necessite de ser amassado e levedado ou não, retirar no final do programa de 1h30min., moldar essa massa e prosseguir com a receita. Poupa tempo no amassar e temos a garantia que sai levedada, pois a MFP aquece até 37ºC para que as leveduras façam o seu trabalho. Assim, já se pode fazer pães individuais ou com formatos diversificados, assando depois no forno. É importante que depois de tender a massa esta fique a descansar cerca de 30min.-1h, já no tabuleiro de ir ao forno, polvilhada e coberta com um pano limpo, em local que não seja frio. Esta última fermentação é importante para que o pão não fique denso.

- programa "pão doce" faz com que a côdea não fique escura nestas massas que levam mais açúcar.

- programa "doce e geleia" aquece muito e faz doces e geleias sem salpicos no fogão e sem necessidade de se andar a mexer com a colher de pau.

- programa "massa" ou "pasta", é diferente do amassar, embora amasse. Serve para fazer massa para ser cortada em esparguete, raviolis, lasanha... Apenas amassa a farinha e os ovos para depois se esticar. Não leveda e por isso não serve para pão. Apenas algumas MFP têm este programa.

Qualquer que seja o programa onde se cozeu o pão, deve-se retirar o pão de dentro da forma (cuidado que está quente) e deixar arrefecer em grelha. Se ficar dentro da forma a côdea vai ficar molhada e sem graça. Por isso as máquinas no fim do programa, continuam quentes até serem desligadas, porque nem sempre estamos junto a elas quando o programa acaba, e assim evita-se que a côdea fique húmida.

Para fazer pães recheados, dependendo o recheio pode-se acrescentar apenas no soar do bip, pois assim não se esmagam desde o início do amassar.

Para fazer pães entrançados ou recheados, retira-se a massa da máquina depois do 2.º amassar e não se desliga a MFP. Estende-se com o rolo numa superfície enfarinhada, recheia-se, enrola-se e coloca-se novamente na forma.

Aspectos a ter em conta (próximas mensagens):
- farinhas
- fermentos
- cereais/sementes
- líquidos/açúcar/melhorador/gorduras
- acabamento.

CARNE DE PORCO À PORTUGUESA

Poderia ser carne de porco à alentejana, mas como não levou amêijoas, ficou simplesmente à portuguesa e à minha moda.

É comida rápida e muito saborosa. É preciso deixar marinar a carne já cortada, algum tempo, o ideal seria desde o dia anterior, mas pode ser só uma manhã, 1h antes ou nada. Claro que quanto mais estiver em vinho de alhos mais sabor adquire a carne. Se for de um dia para o outro, coloca-se no frigorífico tapado com película aderente, no outro dia é só fritar.

Torna-se ainda mais rápida de fazer pois dei utilidade à Massa de Tempero.


INGREDIENTES
1kg carne de porco (lombo, lombinho ou pá - este pedaço foi uma pá com osso)
4 colheres (sopa) de Massa de Tempero (ou os mesmos ingredientes)
3dl de vinho tinto
Azeite
Óleo / Banha de porco
Batatas aos cubos para fritar
Pickles variados
Azeitonas pretas

PREPARAÇÃO
Limpa-se a carne de excessos de gorduras, cortá-la aos cubos.
Numa taça mexe-se 3-4 colheres de massa de tempero (ou os mesmos ingredientes picados) com vinho. Acrescenta-se a carne. Deixa-se marinar e mexe-se de vez em quando.

Aquece-se um pouco de azeite e óleo/banha de porco numa frigideira alta. Quando bem quente, escorre-se bem a marinada (reserva-se) e frita-se a carne em lume alto. Assim que a carne estiver bem loura de todos os lados, acresta-se parte da marinada, mexe-se e deixa-se cozinhar em lume médio, até evaporar o caldo e ficar apenas a gordura. Acrescenta-se mais um pouco da marinada, tapa-se e deixa-se cozinhar mais 5min..

Entretanto, fritam-se as batatas, escorrem-se e colocam-se numa travessa funda ou prato de barro.
Verte-se a carne com o molho por cima e enfeita-se com azeitonas pretas e pickles cortados.

NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- Prefiro vinho tinto na marinada, mas pode ser usado branco. O tinto escurece mais a carne, como foi o caso e também usei carne da pá que é mais escura que o lombo;
- Prefiro abrir amêijoas ou berbigões numa caçarola à parte (ao invés de ser na própria carne - por causa das areias) e misturar com a carne na frigideira, antes de a verter na travessa, para que os bivalves ganhem algum sabor.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

MASSA DE TEMPERO

Este tempero está sempre na porta do frigorífico. Serve para muitas coisas, febras grelhadas ou na frigideira com natas e cogumelos ou sem as primeiras, ou sem os segundos, ou sem os dois, lombo de porco no forno...

Dura muito tempo e poupa ainda mais, pois feito não come pão e está pronto a ser usado. Podem ser feitas variações.

É uma opção para gastar alguns condimentos e ervas que se estão a estragar, assim ficam preservadas no sal e azeite. Os ingredientes ficam ao gosto, mas azeite, alho, sal, louro e colorau eu ponho nas febras de frigideira, por isso...


INGREDIENTES
25 dentes de alho
12 grãos de pimenta vermelha (apanhada das pimenteiras-bastardas)
3 folhas de louro sem a nervura central
1 malagueta
1 pequeno ramo de alecrim
2 colheres (sopa) bem cheias de colorau
2 colheres (sopa) de sal grosso q.b.
1 grão de pimenta preta
3dl de azeite (verificar a fluidez)


PREPARAÇÃO
Colocar todos os ingredientes, com excepção do azeite, no almofariz e esmagar, apertar, rodar, bater, voltar a esmagar.... até obter uma pasta mais ou menos homogénea. Adicionar o azeite até obter uma pasta mais fluida.
Colocar num frasco bem limpo, alisar a superfície e cobrir com um dedo de azeite. Fechar e guardar no frigorífico.


NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- Pode-se acrescentar gengibre ralado, tomilho, salsa, coentros, pimento fresco...

domingo, 4 de maio de 2008

CHEESECAKE DE FRUTOS VERMELHOS COM LEITE CONDENSADO

Já todos sabem que aqui em casa gostamos muito de cheesecakes, principalmente de frutos vermelhos. Há o contraste entre o doce do creme de queijo e o acre dos frutos veremelhos.

Já fiz dezenas de receitas de cheesecakes, com ou sem gelatina, com gemas e de cozer forno, com ricotta, requeijão, mascarpone, queijo creme, queijo quark... desta vez usei leite condensado cozido.

Esta receita é adaptada da Tarte de Mirtilos que é servida no restaurante "Em Banho Manel" do M. Luis Goucha, em Sintra.

Como tinha frutos vermelhos congelados fiz com eles um doce ao invés de enfeitar a tarte com mirtilos como no original. Adaptei as quantidades para um tamanho que se veja, ou seja grande, familiar.


INGREDIENTES
Base
200g de bolacha maria (original 125g)
75g de miolo de amêndoa picado (original 50g)
100g de manteiga sem sal (original 125g)

Recheio
1 lata de leite condensado cozido
250g de queijo quark fresco batido
4 folhas de gelatina
0.5dl de água quente
Frutos vermelhos congelados (original mirtilos)
Açúcar q.b. (não leva no original)

PREPARAÇÃO
Ralam-se as bolachas e pica-se a amêndoa. Amassa-se tudo muito bem com a manteiga.
Forra-se o fundo de uma forma com fundo amovível previamente forrada com papel vegetal.
Leva-se ao frigorífico enquanto se prepara o recheio.

Demolha-se a gelatina em água fria, escorre-se e derrete-se em 0.5dl de água.
Bate-se o leite condensado cozido com o queijo. Junta-se a gelatina já derretida. Coloca-se a mistura na forma, por cima da base. Leva-se ao frigorífico para solidificar.

Desenforma-se e cobre-se com um doce feito com as frutas e o açúcar, levando ao lume, sem água, até engrossar.
Na receita original apenas se espalham os mirtilos por cima do recheio, não fazendo qualquer doce.

NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- Se ao amassar as bolachas, amêndoas e manteiga, a mistura estiver muito areado, junta-se umas colheres de água fria;
- Para ver se o doce de frutos está no ponto, retira-se um pouco para um pires que se encontra no frigorífico e testa-se a consistência;
- Numa próxima vez vou colocar 500g de queijo no recheio aumentanto para 6 as folhas de gelatina, pois achei o recheio curto e assim ficará menos doce. Também não posso esquecer que a receita original era uma tarte e não um cheesecake.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

QUEIJO FRESCO / REQUEIJÃO / QUEIJO CREME

Este é já um velho hábito, fazer queijo fresco e requeijão. Só o faço quando vou ao supermercado e me lembro de comprar leite do dia (não funciona com outro) gordo. Antigamente era frequente haver em qualquer supermercado, agora está numa de desaparecimento e só há nalguns. Compro da Gresso, em saco, os da embalagem tubo Tetra Pack têm qualidade inferior, o Mimosa nem dá.

É fácil de fazer e tem a vantagem de guardarmos o leite no frigorífico (ver prazo de validade) até ao dia de fazer o queijo. Simples, serve para lanche, para umas entradas pode ser enriquecido com ervas frescas picadas e/ou um dente de alho esmagado (para quem gosta).

O sabor é semelhante ao dos queijos frescos comprados, nota-se um aroma mais a leite, menos industrializado.

Fiz assim...

QUEIJO FRESCO / REQUEIJÃO / QUEIJO CREME


INGREDIENTES
1 litro de leite do dia (UHT) gordo
20 gotas de coalho líquido (ou equivalente)
1 colher (chá) de sal

PREPARAÇÃO
Aquecer o leite, numa caçarola, a 35-40ºC (não mais). Acrescentar o sal, mexer, e as gotas de coalho, mexer e deixa repousar 45min.-1h (fora da placa eléctrica, se for o caso).
Após 1h, cortar com uma faca o leite coalhado e verter para um passador grande e bem limpo. Sem fazer pressão, deixar separar o soro. Deixar repousar 15min. ondulando o passador, de vez em quando, para eliminar "bolsas" de soro.
Colocar o leite coalhado em aros ou nas caixas de queijos frescos ou de requeijão de compra, que se guardaram.
Colocar numa caixa plástica ou tabuleiro e levar ao frigorífico 6h.
Rende 2 queijos de caixa grande.


NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- Só funciona mesmo com leite do dia, gordo ou meio-gordo, sem ser do dia não dá. Actualmente só o leite Gresso de saco resulta;
- Só funciona com o leite tépido, se estiver quente não dá. Uso um termómetro de cozinha com o qual também meço a temperatura dos pontos de açúcar;
- O coalho, compra-se na farmácia e pode ser em pó ou líquido. A quantidade requerida para 1l de leite vem mencionada na embalagem e varia com a marca. A marca do meu é Britex e custa 1.05EUR;
- As caixinhas onde se coloca o queijo coalhado devem ter 3-4 furos ou mais para possibilitar o escoamento do soro, podem ser usados os cestos (verdes) dos requeijões de compra;
- Levam-se os queijos ao frigorífico em caixa plástica ou tabuleiro tapado, de preferência em cima de rede plástica, com tampa ou película aderente, para que os queijos não absorvam os cheiros e gostos do frigorífico e possam escorrer;
- Querendo acrescentar algum tempero, pode-se picar coentros frescos/alho esmagado (picado não fica bem, pois depois encontram-se os bocadinhos) e adicionar uma colher (sopa) de ervas ao leite, antes do coalho;
- Querendo o queijo fresco mais semelhante a requeijão, durante o coalho do leite, ou no fim, mexe-se para quebrar os grandes coágulos;
- Querendo queijo creme, no fim do leite coalhado e seco, mistura-se metade do peso do queijo em manteiga apenas levemente amolecida e 2-3 colheres (sopa) de leite bem quente. Bate-se bem. Se for preciso (isto depende da quantidade de soro que o queijo ainda tinha) acrescentam-se mais colheres de leite quente até obter um creme suave. Leva-se ao frigorífico.